quinta-feira, 3 de junho de 2010

Paixão Antiga

Amor à Primeira Vista



Assisti o filme com tais intenções: era mais um da Meryl que eu não tinha visto (o primeiro foi Um Amor Verdadeiro, sobre o qual pretendo escrever ainda), tem o De Niro e já devia ser a quarta vez que tento ver o filme e dormia na metade. Decidi levar até o fim e não me arrependi, por conta da simplicidade da história e da mágica em ver De Niro e Meryl apaixonadinhos feito dois adolescentes.


Tem algo de bonito e honesto em ver dois seres hoje mitificados pela indústria cinematográfica, despidos do sucesso, em começo de carreira, vivendo confusões amorosas. O filme realizado em 84, cria algumas teorias já gastas pelo excesso de comédia romântica no cinema, sendo a melhor delas a dos encontros e desencontros.


Os dois com casamentos descendo a pirambeira, conhecem-se durante uma confusão de presentes e aumentam a chama em constantes encontros no trem que os conduz para casa. Começam uma amizade e não demora muito para estarem juntos, permitindo-se prazeres mínimos e indeléveis: conversar, almoçar e esquecerem da chatice cotidiana um nos braços do outro.


Pelo calibre dos protagonistas, não fique esperando muito auê em interpretações. Eles não estão de má vontade, mas seguram o rojão com graça do mesmo jeito que Meryl e Jack Nicholson fariam dois anos depois no lacrimoso A Difícil Arte de Amar, de Mike Nichols.


Os coadjuvantes ajudam na brincadeira. Harvey Keitel é o amigo comilhão e Dianne Wiest é a amiga namoradeira. O roteiro confere aos dois uma expectativa tremenda que não se realiza. Jane Kaczmarek é a esposa vesga de De Niro e David Clennon é o marido chato de Meryl. Numa ponta, George Martin é o paizão doente e bem humorado.


Dirigido pelo belga Ulu Grosbard e com uma trilha sonora gostosinha de ouvir, trabalho de Dave Grusin.