sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Michael Myers não é mais aquele... Olha o diretor dele!

HALLOWEEN
(do Rob Zombie)


Haloween é mais um representante da maldita safra moderna de filmes de terror, sacrilégios cinematográficos surgidos para desmistificar os assassinos seriais dos anos 70 e 80. Viram o que aconteceu com o Jason, né? Esperem pelo Freddy...
Dirigido por Rob Zombie, roqueiro que acredita ser cineasta, tem jeito de filme vagabundo, mas sabemos que ele é tão malandro quanto Tarantino e gasta muito dinheiro para realizar seus filmes com jeito de B. Não por acaso, os financiadores de Quentin são os Weinstein, os mesmos de Rob.

Zombie conduz um filme canhestro, comprometido muitas vezes pela baixaria excessiva e grotesca, que não funciona sem a comicidade cool de A Casa dos 1.000 Corpos ou Rejeitados Pelo Diabo, e acaba engulhando pela metade.

Ainda falta muita classe para Rob tornar-se um diretor sério e fazer algo como o Halloween original, que me desmancha de medo até hoje apenas pela tensão e não pelos excessos vistos neste novo filme.

Descontando o prólogo com as origens e motivos da psicopatia de Myers, o filme segue os mesmos passos do clássico de John Carpenter, atento aos detalhes mínimos como a exibição de The Thing nas televisões, algumas mudanças aqui e acolá, uma trilha maior de corpos e muita sacanagem em doses cavalares. De todas as vítimas mulheres, só Dee Wallace não paga peitinho em cena.

Daeg Ferch, o garoto que interpreta Michael Myers na infância, é chato demais para meter medo. O mal absoluto do filme de 78 vira um agressor mirim com direito a camiseta do Kiss e cabelinho comprido. O gigantesco Tyler Mane, o Myers adulto, merece respeito. Três vezes maior que Tony Moran em 1978, o rapaz é um gigante feroz e incansável, mais animalesco e digno de pavor.

Para consolo dos admiradores profundos de filmes de terror ou tranqueiras, o elenco coadjuvante consegue reunir rostos memoráveis do gênero, alguns até em personagens novos na trama. Estão em cena Richard Lynch, Sybill Danning, Danny Trejo, Ken Foree, Clint Howard, Udo Kier e Bill Moseley. Adrienne Barbeau deveria aparecer, mas acabou cortada na edição final.

Dee Wallace aparece como a dócil Sra. Strode, mãe de Laurie. Sid Haig, ator-fetiche de Zombie, é o coveiro. Danielle Harris, vista criança nos Halloween 4 e 5, dá as caras como Annie, a filha do Xerife Brackett, agora vivido por Brad Dourif.

Scout Taylor-Compton é a protagonista e quase consegue ser uma nova scream-queen como Jamie Lee Curtis no filme original, seus decibéis vocais no final do filme atingem um limite suportável.

Wyllian Forsythe é o padrasto porcalhão de Michael, fazendo par com Sheri Moon Zombie, a esposa do diretor que só entra em cena por causa do
Padrão de Filmagem a La Didi Mocó.

Malcolm McDowell é o guerreiro Dr. Loomis, responsável pelos momentos interessantes do filme toda vez que tenta entender a cabeça do infeliz. Mas ficou a saudade do amargor de Donald Pleasence, que acreditava a todo custo que Myers era incurável e merecia uma boa dose de chumbo no crânio.

O filme cria uma série de explicações porque a nova geração tem preguiça de pensar e utilizar a imaginação, por isso precisam de tudo mastigado nos mínimos detalhes.

Nada que mereça alarde e nem o intitule como obra-prima do terror, tal qual o original.

A nova visão de Zombie para o clássico dos anos 70 parece um pesadelo heavy-metal, repetitivo em vários momentos e desnecessário. As constantes aparições de Michael Myers esmigalham a aura sobrenatural do assassino, que raramente aparecia no filme original e quando o fazia, era sempre de relance.

Zombie tem um mérito apenas, o de fazer as coisas da maneira antiga. Acredite se quiser, Halloween não tem nenhum efeito de computação para os assassinatos.
Pena que o operador de câmera tenha mal de Parkinson, fazendo a imagem tremer toda vez que alguém é atacado.

O filme nasceu errado. Quando o roteiro começou a vazar na internet, Rob Zombie perdeu-se na própria megalomania e começou a refilmar cenas, alterar coisas, banir personagens e perdeu o fio da meada, gerando três versões do filme! O acontecimento desagradou até a distribuidora brasileira, que adiou ao máximo a chegada do filme aqui na terrinha.

E Zombie não para. Já rodou o Halloween II e está nas vias de produção do terceiro filme, garantindo que a burrice e a teimosia movem Hollywood.

Nos créditos finais, uma dedicatória a Moustapha Akkad, financiador-mor dos oitos filmes anteriores de Myers, morto num ataque terrorista em 2008.

2 comentários:

Unknown disse...

putz! so lendo sua critica ja perdi at vontade de assistir... esses remakes estão acabando com os classicos do terror.. Nossos seriais mais temidos, estao perdendo a "magia" ja não basta ter acabado com Jason, naquele sexta feira 13 podre! so p lembrar vinny lembra do jason X freddy, pois eh at Freddy ja entro lista.. bah!

tablis disse...

podia ser pior, podia ser beeeem pior.